Saiba como montar uma mesa cirúrgica com instrumentos na ordem correta!

A organização é parte fundamental de uma mesa cirúrgica, desde as pinças de biópsia até as pinças para cirurgia, a ordem é a regra máxima em um ambiente hospitalar. Pois, todo cuidado é necessário para trabalharmos com procedimentos invasivos (que promovem invasão ao organismo). 

A montagem de uma boa mesa cirúrgica é fundamental e irá garantir agilidade na utilização dos equipamentos e segurança para o paciente e os profissionais. Assim, entenda como realizar a organização e sua devida importância!

Mesa cirúrgica: o que é e quais as características?

Tal qual os móveis de uma casa, que compõem o ambiente com funções determinadas, a mesa cirúrgica é um móvel utilizado para organizar e transportar os instrumentos médicos em situações de procedimentos invasivos. 

Normalmente são feitas em aço inoxidável, para facilitar a esterilização e sua montagem fica a cargo do instrumentador técnico. Devem ser fáceis de limpar e permitir o transporte ágil dos equipamentos necessários.

Como montar a mesa?

Em princípio, a montagem deve seguir uma estrutura lógica que faça sentido e facilite o trabalho. A ordem da montagem e de cada item possui um sentido específico que não deve ser ignorado. Mas algumas medidas antecedem a colocação dos instrumentos. As principais são:

Esterilização

Deve-se iniciar pela correta assepsia dos instrumentos utilizados. Sendo essencial para evitar contaminações que ofereçam riscos à saúde dos profissionais e pacientes. Com isso, o procedimento será feito sem tantas preocupações.

Paramentação adequada

A chamada “zona estéril” é o local que ocorre a cirurgia e para evitar a entrada de agentes infecciosos e também o crescimento de colônias de microrganismos, assepsia e antissepsia, respectivamente. É necessário o uso de roupas adequadas, a paramentação é divida em 3 etapas: 

●     Uso do uniforme privativo (veste interna, que tem contato com a pele), touca, máscara, propés e óculos;

●     Lavagem das mãos;

●     Uso do avental cirúrgico (veste externa, que mantém contato direto com o paciente) e luvas estéreis.

Compreensão dos tempos cirúrgicos

A disposição dos instrumentos deve seguir uma ordem determinada, pelos tempos cirúrgicos. Esses “tempos” são etapas consecutivas do procedimento, que devem ser respeitadas com rigor. Pela própria ordem lógica de um procedimento, não é possível pular essas etapas. 

Como exemplo podemos constatar um dado simples e óbvio: em uma cirurgia queremos ter acesso ao organismo do paciente e para isso é necessário utilizar instrumentos para penetrar seu corpo. Isso pode ser feito por corte, por bisturi ou até mesmo laser. Essa é a primeira etapa e não pode ser pulada.

Em quantas partes são divididas as mesas cirúrgicas?

São dividas em 4 partes, determinadas pelos tempos cirúrgicos. A execução do procedimento segue essa ordem, então os instrumentos também devem ser organizados com essa ordem de relevância. Assim, temos: 

●     Diérese;

●     Hemostasia;

●     Exérese;

●     Síntese. 

Esses são os 4 tempos cirúrgicos fundamentais, que guiam a divisão da mesa, nessa ordem.

Qual a ordem correta dos instrumentos da mesa?

A ordem dos instrumentos segue a sequência dos tempos cirúrgicos. Lembre-se que a organização do tempo é necessária, por isso devemos ter as ferramentas em mãos, conforme se transcorra o procedimento, como:

Diérese

Essa é a primeira etapa, que consiste em romper a epiderme (camada superficial da pele) ou romper a estrutura anatômica, para que se tenha acesso às partes internas do organismo. Para cortes, são usados bisturis e tesouras retas e curvas.

Hemostasia

Após a diérese, rompendo a epiderme através do corte, precisamos evitar lesões vasculares devido à perda excessiva de sangue. Para isso são usadas pinças não-traumáticas (para diminuir o trauma vascular) e pinças traumáticas (para manipular os vasos que estão sangrando). 

Exérese

Após o acesso à estrutura interna do organismo, há o diagnóstico e a eventual retirada de algum corpo estranho. Nesse momento as pinças de biópsia são essenciais, para a retirada de algum órgão, corpo estranho ou coleta de tecidos para análise.

Síntese

Etapa final, que visa unir os tecidos e vasos rompidos, para possibilitar a correta cicatrização. Pinças, em conjunto com agulhas de tamanhos determinados, para realizar a junção da epiderme são utilizadas.

Onde ficam posicionadas as pinças para a cirurgia?

Seguindo a sequência descrita, as pinças se localizam logo ao lado do material destinado à diérese. Elas são essenciais em todas as etapas posteriores a diérese, mas cada tipo de pinça possui uma função específica, como as pinças de biópsia. 

As pinças traumáticas e não-traumáticas são usadas no início do procedimento, após a abertura da epiderme. Depois vem as de biópsia e por fim as que são usadas para fechar todas as aberturas realizadas durante o procedimento.Com isso, você compreendeu o quão importante é saber montar uma mesa cirúrgica e entender a razão exata da sua ordem pré-estabelecida. Cada item possui sua função e as pinças para cirurgia são protagonistas de todo esse processo, permitindo assim a realização segura do procedimento, para os profissionais e o paciente.

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